Lançado em
2007, até hoje o livro-reportagem “1808” recebe elogios e continua
vendendo. A última contagem da editora Planeta chega a 700 mil
exemplares da obra sobre a vinda da Família Real Portuguesa para o
Brasil. Também rendeu a Laurentino Gomes o prêmio Jabuti na categoria
não-ficção.
O sucesso, concordam críticos e leitores comuns, se
deve a forma prazerosa da escrita e a revelação de curiosidades
históricas que, provavelmente, nunca irão aparecer nos livros didáticos
de História do Brasil.
Três anos depois e no rastro das comemorações dos 188
anos da Independência do Brasil, o curioso jornalista oferece aos
leitores a continuidade dessa história. Em “1822” ele começa onde parou.
Ou seja, o que aconteceu por aqui depois da volta de D. João VI para
Portugal, tendo como ponto alto a decisão de D. Pedro às margens do
riacho Ipiranga.
O foco continua sendo o perfil pouco conhecido dos
principais personagens. Não à toa, o complemento do título é “Como um
homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro
ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar
errado”.
“Este livro procura explicar como o Brasil conseguiu
manter a integridade do seu território e se firmar como nação
independente em 1822”, explica o autor. “A Independência resultou de uma
notável combinação de sorte, acaso, improvisação, e também de sabedoria
de algumas lideranças incumbidas de conduzir os destinos do país
naquele momento de grandes sonhos e perigos”.
Escrita no estilo jornalismo literário, a prosa de
Laurentino Gomes está longe dos relatos enfadonhas que priorizam nomes,
datas e o discurso oficial. Assim como na empreitada anterior, no novo
livro interessa ao autor fatos curiosos, a personalidade dos
protagonistas e, principalmente, o “como” as coisas aconteceram.
Ao terminar de ler “1822”, ficam lições de História:
1) a Independência do Brasil tinha tudo para dar errado; 2) apenas o
aventureiro D. Pedro poderia ter separado o País de Portugal num ato
quase impensado; 3) o Brasil de é fruto da capacidade de vender
obstáculos que pareciam insuperáveis em 1822.
De acordo com o autor, o novo país nascia falido,
analfabeto, sem soldados e armas para enfrentar reações de Portugal e de
algumas províncias, muitas delas já querendo a República. “As dúvidas a
respeito da viabilidade do Brasil como nação coesa e soberana, capaz de
somar os esforços e o talento de todos os seus habitantes, aproveitar
suas riquezas naturais e pavimentar seu futuro persistiram ainda muito
tempo depois da Independência”, afirma Laurentino, na apresentação do
livro.
É justamente nesse tempo de instabilidade que surge a
Constituição de 1824, que já trazia ideias como a reforma agrária, o
estímulo à agricultura familiar, proteção das florestas, respeito aos
índios, educação para todos e a transferência da capital do Rio de
Janeiro para algum ponto da região Centro-Oeste.
“Nem todas essas ideias saíram do papel, em especial
que diziam respeito à melhor distribuição de renda e oportunidades em
uma sociedade absolutamente desigual”, ressalta o autor, que mais uma
vez cumpre a função de decifra os fatos e seres humanos por trás dos
mitos da historiografia oficial da formação do Brasil.

Link inválido e mesmo se tivesse válido era para o livro 1808.....
ResponderExcluiro link foi removido pelo administrador de servidores, o blog ganhandomundo não hospeda arquivos apenas direciona para os servidores, caso o problema persistir favor comuniquem
ResponderExcluiroi boi
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