Stuxnet: o vírus mais sofisticado que já existiu

O ataque que forçou a Microsoft a lançar uma correção de emergência no início de agosto pode fazer parte de um plano de ciberguerra 


          Recentemente o mundo digital sofreu um dos ataques mais sofisticados já realizados. O responsável foi o vírus denominado de Stuxnet, uma praga que infectou instalações nucleares do Irã e da Índia por meio de brechas desconhecidas no Windows.
          O vírus foi detectado em junho deste ano, mas só ganhou notoriedade por forçar a Microsoft a lançar
uma correção de emergência no início de agosto. Porém, mesmo há meses sendo pesquisado, o vírus ainda tem origem desconhecida. Os principais alvos são sistemas de controle de automação e monitoramento industrial, conhecidos pela sigla SCADA.
"Um ataque como esse pode infectar milhares de máquinas no mundo todo, especialmente em países que trabalham com a tecnologia SCADA. O Stuxnet foi criado para sabotar ou restringir o funcionamento dessas infraestruturas", explica Dimitry Bestuzhev, Analista Regional de Malware da Kaspersky Lab para a América Latina.
          A empresa de soluções de segurança para informática, Kaspersky Lab, iniciou uma cooperação com a Microsoft para combater uma série de vulnerabilidades do Windows. Desde julho deste ano, os especialistas em segurança da informação têm acompanhado a evolução deste malware e detectaram que, além de processar arquivos de extensão LNK e PIF (arquivos de acesso direto), o vírus também usa outras quatro vulnerabilidades no Windows.
"O Stuxnet é um excelente exemplo de um moderno ataque ao alvo. As pessoas responsáveis por este ataque têm habilidades altamente técnicas e conhecimentos precisos dos métodos de infecção", explica.
Dados da Kaspersky indicam que a Índia é o país com mais atividade do Stuxnet, seguido da Indonésia e do Irã. Já dados da Symantec, um pouco mais antigos, apontam o Irã como sendo o país com o maior número de computadores infectados.
Cyberguerra
Em julho do ano passado, uma reportagem da agência Reuters informou que Israel estaria investindo em ciberguerra. Na época, um especialista do exército norte-americano, Scott Borg, comentou que um vírus poderia ser criado para "travar ou danificar os controles de usinas nucleares" e que "um pen drive infectado seria suficiente". Coincidência ou não, este foi o mesmo esquema de ataque usado pelo Stuxnet.
Segundo especialistas, não há dúvida de que houve envolvimento de algum grupo poderoso e com grandes interesses em sua criação. Eles ainda garantem que o Stuxnet só infecta computadores que possuem uma placa de rede específica. Além disso, ele tenta impedir sua propagação para mais de três computadores e por mais de três semanas. Especulações indicam que os criadores do Stuxnet não queriam que ele tivesse se disseminado tanto.
"O objetivo do Stuxnet não era obter informações, e sim a sabotagem
de determinados elementos. O Stuxnet é prova clara de que uma nova era começou: a era da ciberguerra", diz o analista.
Eugene Kaspersky, co-fundador e CEO da Kaspersky Lab, também descreve o Stuxnet como algo criado para sabotar fábricas e prejudicar sistemas industriais. "É aí que está a diferença e o marco para um novo mundo. A década de 90 foi marcada pelos vândalos cibernéticos e os anos 2000 pelos cibercriminosos. Agora estamos entrando na década do terrorismo cibernético", afirma.
Segundo Dimytri, a única forma de se proteger contra um vírus dessa magnitude é atualizar sempre os sistemas operacionais. A Microsoft já publicou as correções necessárias para corrigir as vulnerabilidades utilizadas por Stuxnet.

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