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05 setembro 2010

Thilo Sarrazin publica livro polêmico sobre o "falecimento da Alemanha"


O polêmico membro da diretoria do Banco Central alemão, Thilo Sarrazin, acaba de publicar um livro sobre o que, para ele, é o falecimento da Alemanha. Como ele enfaticamente diz, este falecimento é resultado da imigração (principalmente de muçulmanos).


Em um pequeno resumo, ele diz que os imigrantes muçulmanos foram longe demais em se apossar dos pagamentos do bem-estar social daquele país, muito mais do que eles contribuem para a sociedade alemã. Além disso, ele diz que a taxa de natalidade dos imigrantes é muito mais alta que a da população "autóctona", e que em breve o número de descendentes de imigrantes será maior que o da população indígena.

Ele então listou fatores comuns a todos os grupos de imigrantes muçulmanos, como segue:

- Integração abaixo da média no mercado de trabalho;

- Dependência do sistema social acima da média;

- Participação educacional abaixo da média;

- Fertilidade acima da média;

- Segregação espacial com tendência à formação de uma sociedade paralela;

- Religiosidade acima da média com crescente tendência ao fundamentalismo;

- Criminalidade acima da média, variando de um simples crime violento até o terrorismo.

Ele ainda adicionou que apenas 33,9% dos imigrantes de origem islâmica sobrevivem por seu próprio trabalho, e o desemprego é quatro vezes maior na população de muçulmanos do que entre os alemães. Ele destacou que imigrantes não-muçulmanos não mostram essas tendências à dependência excessiva do sistema social e desemprego massivo.

"Se a taxa de fertilidade dos alemães autóctonos permanecer no nível que tem estado nos últimos 40 anos, então, no decorrer das próximas três ou quatro gerações, o número de alemães cairá para 20 milhões", escreve ele no livro. "E, aliás, é absolutamente realista que a população muçulmana, através de uma combinação de maior taxa de natalidade e a continuação da imigração, poderia crescer em 2100 para 35 milhões. Em outro trecho, ele escreve: "Eu não quero que o país dos meus netos e bisnetos seja de maioria muçulmana, ou que o turco ou árabe seja falado em grandes áreas, que as mulheres usem véus e o ritmo diário seja estabelecido pela chamada do muezzin. Se eu quiser experimentar isso, é só eu passar as férias no Oriente".

"Demograficamente, a enorme fertilidade dos imigrantes muçulmanos coloca uma ameaça ao equilíbrio civilizacional e cultural na envelhecida Europa"... "Eu não quero que nós nos tornemos estrangeiros em nosso próprio páis".

Além disso, Sarrazin voltou a alimentar a polêmica de dois meses atrás, quando disse que a população alemã estava ficando "menor e mais burra" como resultado da imigração em larga escala da Turquia, Oriente Médio e África.

Seu livro está gerando bastante polêmica. O líder de seu partido (SPD, de esquerda), Sigmar Gabriel, disse que os comentários de Sarrazin eram "linguisticamente violentos" e disse "se você fosse me perguntar por que ele ainda quer ser membro do nosso partido, eu não sei". Outros membros querem que Sarrazin saia imediatamente do partido.

Já o líder do Partido Verde, Cem Özdemir, chamou Sarrazin de "líder tribal nos moldes de bin Laden", em uma entrevista à Spiegel Online, e disse que Sarrazin fez um "desserviço a esforços direcionados a melhorar as desigualdades sociais dramáticas em nosso país, e não apenas entre imigrantes". Ele disse estar desapontado, porque o "debate em curso sobre expectativas mútuas de alemães e imigrantes é mais racional que Sarrazin faz parecer".

A chanceler Angela Merkel também reagiu. Através de seu porta-voz, Steffen Seibert, ela disse na quarta-feira que as palavras de Sarrazin eram "extremamente injuriosas, difamatórias e muito polêmicas". Ela também disse que um "tom diferente era necessário".

O SPD já havia tentado tirar Sarrazin do partido, mas a tentativa falhou em março. No entanto, há dois meses atrás, ele recebeu uma medida disciplinar do Banco Central Alemão, como resultado de sua entrevista à revista cultural Lettre International. Agora, o Banco Central disse simplesmente que "o livro é um assunto privado do Dr. Sarrazin. É uma expressão de sua opinião pessoal".

Sarrazin também tem opiniões polêmicas sobre vários assuntos. Ele famosamente chamou funcionários públicos de "sem cor e sem cheiro", chamou estudantes de "babacas" e comentou assim sobre os planos do governo alemão de resgatar a fabricante de carros Opel: "Ninguém precisa de um Opel". Em 2008, ele disse que beneficiários do sistema social poderiam viver bem com apenas €3,76 por dia, e sugeriu que benefícios provendo €4,25 por dia para alimentação eram muito altos.
Fonte: Spiegel Online e Bild

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